No NE de Portugal, os metassedimentos das: 1) unidades autóctones do Precâmbrico – Ordovícico, na Zona Centro Ibérica, e 2) unidades alóctones e parautóctones do Silúrico Inferior – Devónico Inferior, na Zona da Galiza–Trás-os-Montes foram intruídos por vários granitoides durante a Orogenia Varisca. Dados estruturais, petrográficos e geocronológicos U-Pb, de zircão e monazite, indicam que os granitoides mais antigos (sin-tectónicos) são anteriores, ou contemporâneas, à idade de 320 Ma, enquanto as séries sin- a tardi-tectónicas se instalaram entre 320 Ma e 313 Ma. Estes granitoides são constituídos por quartzo, microclina micropertítica, plagioclase, biotite (por vezes cloritizada), biotítite ou moscovite>biotite, zircão, apatite, monazite, ilmenite, rútilo e turmalina. Contêm frequentemente encraves sobremicáceos, xenólitos e, mais raramente, encraves microgranulares. Estes granitoides intruíram ao longo de núcleos de antiformas com direção ~NW-SE, apresentando evidências de deformação dúctil a frágil, típica dos estados tardi-magmático e sólido. São do tipo S, peraluminosos com ASI ≥ 1,0, com perfis de terras raras bastante fracionados, valores de (87Sr/86Sr)i > 0,7080, εNdt < -8,1 e δ18O > 11 ‰. Estes valores indicam que os granitos tiveram origem na fusão parcial de materiais crustais, heterogéneos, compatíveis com a assinatura isotópica dos metassedimentos do Grupo do Douro e do sector norte da Zona Centro-Ibérica. Por outro lado, os granitoides mais jovens da região (pós-tectónicos) intruíram no contexto de processos extensionais, entre 299 – 290 Ma, ao longo de zonas de falha com direcção ~NNE-SSW, sendo representados pelos maciços graníticos de Lamas de Olo, Vila Pouca de Aguiar e Águas Frias (Chaves). Estes granitoides são fracamente metaluminosos a peraluminosos (ASI = 1,0 – 1,1) e têm composição isotópica de (87Sr/86Sr)i = 0,7033 a 0,7080, εNdt = -1,04 a -2,6. Geralmente, cada plutão possui vários tipos de granitoides, sendo constituídos por quartzo, ortoclase, plagioclase, biotite > moscovite, zircão, apatite, monazite, ilmenite, magnetite e, por vezes, alanite. Podem apresentar encraves microgranulares de natureza tonalítica e granodiorítica. A assinatura isotópica aponta, como possíveis fontes para este tipo de plutonismo, reservatórios de natureza mantélica e crustal, onde terá ocorrido fluxo por descompressão do manto e mistura de magmas.